terça-feira, 28 de dezembro de 2010

My Folks, Eu desejo um 2011 muuuucho loko!

Queridõões, chegamos a mais um fim de ano...muito trabalho, estudo e...música, nossa companheira de todos as horas ( no meu caso, todos os minutos)! Esse não é mais um blog sobre o mundinho pop e sim, sobre música que nós não conhecemos direito, sobre grupos com o mesmo sentimento inovador e que, por fazer essa escolha de não se render ao mercado da música, ficam distanciados do seu público alvo e permanecem escondindinhos da gente! E coooooooomo tem coisas boa, né, voces sabe porque esse ano eu postei bastante (estamos progredindo, hehe, prometo escrever mais em 2011! #resoluções)





Esse vai ser o ano da reforma neste blog, tudo para deixar mais bonitinho e acessível, além dos velhos post sempre cheios de infos e imagem. Váaarias bandas e artistas já tem lugar marcado aqui esse ano e estou louca para começar a postar. Mas como as festas de fim de ano ( e a comilança que as acompanha) reduzem minhas capacidades de raciocínio, vamos deixar o próximo post para 2011!




Desejo, do fuuundo do meu coração, um Feliz Ano Novo, coom muita alegria e euforia causada pelo som, saúde para poder ir nos shows, dinheiro para comprar mais e mais CD's e ...MÚSICA A TOOOODO O VOLUME!!!!


Fui gurizadaaaaa!!!!!

Helena :D

terça-feira, 23 de novembro de 2010

2010 - A Invasão Independente

Bom, pelo menos isso dá pra dizer que está melhorando e 2010 foi um ano para brindar o Indie! Claro que a cena independente já existe desde os tempos que música é música, mas parece que a gurizada está cada vez mais se ligando em bandas e artistas independentes e, com base nos acontecimentos musicais desse ano, podemos afirmar que, "SIM", é possível fazer SUA música, vender do SEU jeito e divulgar a SUA maneira!!! Atribuir esse grito de liberdade aos tempos modernos é uma unanimidade, já que hoje em dia se pode gravar em um MP3 player sua música e subir na sua pagina do MySpace na lan mais próxima pelo o que, 1,00/minuto, na falta de um computador próprio. Isso tem lá seus muuuitos prós e alguns contras bem significativos. Dos anos 90 pra trás, fazer sucesso na música dependia, necessariamente, de ser ouvido por alguém que trabalhe em uma gravadora de médio porte, ás custas de muito show em barzinhos, gravações em fitinhas ou cds de péssima qualidade e muitos,...muuuitos "nãos". Não que hoje isso não exista, mas a globalização da internet criou praticamente um novo mundo, paralelo ao real, onde é possível encontrar todo mundo, divulgar e comercializar sua música, fazer seu próprio projeto gráfico e site. Coisas que só vinham ao artista depois de ser contratado, ter sua mente lavada e sua música totalmente "adulterada". A geração de hoje encontrou na cena independente uma maneira tão eficaz de "chegar ao estrelato" que podemos dizer, e isso eu já ouvi a muito tempo, que o underground virou mainstream!




Não gosto de me posicionar quanto a gostos musicais já que, as vezes até eu mesma me surpreendo com a musica de algum artista que tempos atrás não me agradava. Isso sempre me acontece ¬¬. E sim, sempre ouvir, ouvir de novo, ouvir lendo a letra,se houver e assim por diante. Aprendi com isso a ter respeito com todos os artistas que fazem música verdadeira não importando o gênero (só quando há picaretagem, aí eu já não curto...#eComoTem!). Hoje, todos os gêneros tem lugar no independente e isso é muito legal, já que abre caminho para várias


fusões de estilos e novas roupagens para estilos pouco conhecidos ou pouco difundidos como música folclórica (eis a principal corrente onde o esse blog se baseia). Esse ano, estourou na mídia vááários álbuns de artistas independentes, como Móveis Coloniais de Acaju, premiado no Multishow na categoria "Experimente", embora a banda tivesse bons anos de estrada; Aclamamos a volta de Tiago Iorc..e pelo blog dele, fiquei sabendo que participou do Grant Mind Festival 2010, na Coréia do Sul, dia 23 de outubro! #queorgulho...e muitos outros, além de falar sobre estilos de vestir independentes!




Eu vivo postando maravilhosos exemplos aqui e peço sempre para os leitores me enviarem sugestões de bandas e artistas (quanto mais desconhecido, melhor). Vivemos em um país onde cada canto é um Brasil diferente do outro e isso nos faz especiais e agraciados por ter tantas identidades musicais. Então viva a essa pluralidade musical e que, cada vez mais , todo mundo tenha seu espaço e sua legiãozinha de fans para ver gritando seu nome....nem que seja em forma de número de followers!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Uma Marca Louca de Mimosa!

Sabe quando, nem com reza brava, tu consegue achar o que realmente quer vestir? Esta tudo cada vez mais óbvio nas lojas, o perigo de encontrar uma "sósia" sua na rua é eminente a cada nova compra e , as vezes, o problema nem é o preço e sim a velha pergunta "mas, vale a pena pagar tanto por algo tão...sem graça?". Pois, mora em Porto Alegre um verdadeiro sopro de esperança para quem prima por criatividade, charme e beleza. A La Pucha! é uma marca criada para surpreender, com peças inspiradas no tradicional. A coleção Polska foi buscar nos antepassados poloneses que colonizaram o Rio Grande do Sul e em suas centenas de descendentes que são daqui a inspiração para desenhar casacos, saias, blusões e vestidos. Toda essa fofura foi concebida por quatro gaúchas: Helena Cerski, Simone Beckel, Letícia Ribeiro e Paula Lavratti. Suas experiências de vida e profissionais se completam entre si e, para mim são a chave do sucesso. As roupas da coleção Polska são cheias de detalhes em tricô (#AMO), rendas, tecidos aveludados e malhas mimosas!
Além disso, acaba de sair uma coleção de mochilas maravilhosas, com vários modelos diferentes, e capas para laptop. Para o inverno ou verão, a A La Pucha oferece opções ótimas para quem quer um toque charmoso e folk na sua produção. No site http://www.alapucha.com.br tu pode encher o baldinho e comprar na comodidade da tua casa, além de poder visualizar todas as peças
frente e costas.




































quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Volta, La Sole!

Me lembro como quase me rasguei chorando de não estar em Porto Alegre na noite do dia 28 de Agosto desse ano! ¬¬ #drama

Soledad Pastorutti fez um belíssimo show na Festa Recuerdos, na Casa do Gaúcho e, o fan clube de La Sole fez questão de divulgar o show antes e o sucesso do mesmo depois, só para eu ter o gostinho do que eu perdi! :D Mas ela já é de casa, e a casa de que me refiro é Porto Alegre pois, decididamente, o lugar fora da Argentina onde ela tem mais fans. Nascida em Santa Fé, na pequena Casilda, povoado vizinho a Arequito; Soledad iniciou cedo sua carreira música. Aos 15 anos, recebe o prêmio do Festival de Cancion de Cosquín, após uma apresentação ao lado a irmã Natalia, que também é cantora. Ao final daquele ano de 1996, Soledad ja era a grande revelação da música folclórica Argentina e grava o primeiro álbum "Poncho al Viento". Olha só o que Sole disse:

A dos meses y diez días de ser mamá, la Sole Pastorutti cantó para cinco mil personas en Casa do Gaúcho, Porto Alegre, Brasil. Viajó con su hija Antonia, su marido y road manager Jeremías Audoglio, y arrasó el escenario con su inagotable energía. Prepara su nuevo disco: Vivo en Arequito. Y sigue al frente de Ecos de mi tierra (Canal 7, domingos, hora 12). Aquí su diario de viaje, minuto a minuto.

Ezeiza, cinco de la mañana. En el salón de preembarque de la Puerta 13, Soledad Pastorutti (29) espera tranquila que anuncien la salida de su vuelo G37651 de Gol con destino a Porto Alegre, Brasil. En brazos, ajena a todo, duerme Antonia Audoglio Pastorutti, con su inseparable chupete, y lookeada con un conjunto violeta que resalta aún más sus ojos azules (“todavía no están definidos, pero tiene a quién salir: a mi mamá y a su bisabuela”), dice Sole. A su lado, Jeremías Audoglio (32), que a pesar de la hora sigue concentrado en lo que será el show de su mujer en tierra vecina. Habla con los músicos, besa a su hija, se acerca a Gonzalo Zambonini (manager) para preguntarle un par de detalles, y cuando advierte que va más rápido que las agujas del reloj, se refugia en una zona de fumadores para calmar “mi ansiedad con un pucho”, dice.

Infaltable, está medio clan Pastorutti: Natalia, la hermana de Sole, y Griselda, la madre. “¡Qué horario nos vinimos a buscar!”, protesta –pero con una sonrisa– El Tifón de Arequito. Y al minuto, la gurisa Antonia exige el pecho de la madre, que la complace. Silencio, y un instante de intimidad y conexión que nada tiene que ver con el canto, el show, el viaje, el contrato. Todo queda atrás mientras dura el básico rito. “Una vez me dijeron que con mi hija me iba a convertir en una leona, y tenían razón. Desde que nació, ella despertó en mí facetas desconocidas”, se asombra Sole.

El vuelo la deja, puntual, en Porto Alegre, capital de Rio Grande do Sul (casi un millón y medio de almas), “donde reciben a nuestro folklore como si fuera de ellos” –explica Sole–. “Para mí es algo extraño, pero es así. No es la primera vez que vengo, y siempre me dicen que su forma de vida se parece a la nuestra. Tienen las fiestas del gaucho y del caballo, y muchas costumbres similares a las de nuestro campo. Tocan chamamé, se visten igual, y viven el folklore con mucha pasión. Me gusta pensar que la tierra pierde sus límites y se expande con algo tan lindo como la música”, dice ella. Que, ya instalada en el hotel Blue Tree Millenium, sigue hablando con nosotros. Pero en voz baja, porque Antonia duerme…

–¿Cómo se produjo el fenómeno Sole en Brasil?
–Hace dos años, en el Festival de Jesús María, Córdoba, y entre la multitud, descubrí un cartel con la leyenda “Sole, Brasil te ama”. Todo el equipo de trabajo quedó sorprendido. Después nos dimos cuenta de que muchos brasileños entraban a nuestra página web y nos dejaban mensajes. Por eso decidimos jugar nuestra carta en un lugar que creíamos ajeno. Y desde ese momento, cada vez que venimos el público nos responde con un cariño increíble.

fonte: www.lasole.net (Revista Gente)





Como Podemos ver, Todo carinho que temos por Soledad ela tem por nós e sim, maravilhoso é ver que a música pode romper as fronteiras e tornar povos de diferentes países em um só, enquanto a músia acontece!!!!



Vuelve, Sole!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Móveis Coloniais de Acaju levam prêmio Multishow

Os móveis tão dominando geral!
Eles foram premiados na nova categoria etitulada de "Experimente" do Prêmio Multishow 2010. O móveis disputou o prêmio com as bandas Cidadão Instigado, Copacabana Club, Nina Becker e Stop Play Moon. A mensagem deixada pela banda no site oficial foi essa:


Eita, P$#@!!!! Ganhamos!!!
Caros;

Ao contrário de muitos candidatos que estão por aí, nós, do Móveis, honramos o seu voto!!!

A vcs, nosso muito obrigado, sinceramente, este prêmio é de vcs também!

Experimentem. Divulguem, Devorem Móveis. Valeu, Cupins!!

Parabéns =)

sábado, 21 de agosto de 2010

Isso é Gypsy Punk!!!

Os gypsies ja tem um lugarzinho aqui no blog e no meu coração!Adooooro música cigana (gyspy=cigano #praquemnãosabia) e já tem post, de 2009 sobre uma banda romena inteiramente composta por ciganos oriundos de uma região remota chamada Clejani, denominados lăutari, como são chamados os músicos romenos de origem cigana. A banda, Taraf de Haidouks é o grupo lăutari mais conhecido fora do leste europeu, e tem entre seus fãs, o ator Johnny Depp.
Essa globalização da música cigana vem crescendo com ajuda, tanto de grupo puramente folks, como o Taraf, quanto de bandas que misturam gypsy com outros estilos musicais, como o "Gypsy Punk" termo criado em meados dos anos 90 para designar bandas de punk rock que utilizam temas, instrumentos e atitudes da música cigana do leste europeu.
A Romenia é um país cujo o povo combina várias etnias como húngaros, ucranianos (eslavos) e roma ( como são chamados os povos ciganos) que são originários da Índia. A música moderna lá é fortemente influenciada pela música roma, e músicos comos os lăutari ocupam um espaço expressivo na cultura romena e alcançam fama nacional e internacional, essa última muito poucos alcançam.
Gogol Bordello é uma banda de de gypsy punk formada por músicos imigrantes em Nova York, em 1999. O nome é inspirado no escritor russo Nicolai Gogol, grande nome da literatura russa e ucraniana e "Bordello" é bordel, em italiano! O Gogol Bordello é Composto por imigrantes russos e descendentes de várias etnias, distintas entre si, como tailandês, etíope, chinês, israelense ...#ufa e tem como frontman o imigrante ucraniano Eugene Hütz, que tem descendência cigana e se mudou para os EUA em 1991. Sua origem roma influencia muito seu sua música e estilo de vida, não acostumado a esquentar lugar por muito tempo, Eugene visita o Brasil constantemente o Brasil, como ou sem o Gogol Bordello, e tem amizades e muitos projetos musicais com a comunidade cigana no Brasil e com músicos brasileiros também. Refugiado da Ucrânia após o acidente nuclear em Chernobyl, Eugene viveu em vários países.Polônia, Áustria, Itália, Hungria e finalmente chegando aos Estados Unidos em 1991, aonde trabalha também como DJ e como ator, nas horas vagas. Foi protagonista do filme dirigido por Madonna, "Filth and Wisdom", mas diz que não é sua praia então só topa fazer filme se tiver tempo e se a coisa for boa. Foi em Nova York que Eugene conheceu o violinista Sergey Ryabtsev, o acordeonista Yuri Lemeshev e o guitarrista Oren Kaplan, o baixista Thomas Gobena, Pamela Racine e Elizabeth Sun, backing vocals, percussionistas e dançarinas; Pedro Erazo, MC e percussionista e Oliver Charles, baterista, os atuais membros do Gogol Bordello! Eles fazem gypsy punk e são conhecidos por suas performances "teatrais" no palco! Em show, eles levam para o palco, não só a música, mas a arte e a dança de rua dos ciganos! Vale muito a pena conferir um show! (deve valer mesmo, eu não sei porque ainda não tive a oportunidade ).
Confira parte de uma entrevista moooito doida com Eugene, feita por Matias Maxx do site: http://www.maissoma.com/

Eugene Hutz . A Perpetuidade da Folia e da Sujeira (1)


Por Matias Maxx, Fotos Por Danny North



“Estávamos na Kombi, voltando do Lapa/ Tipo matinê, veio o cara, perguntô/ E , cigano, onde é o after-party?” O sotaque esquisito embalado por uma levada de funk carioca é de Eugene Hutz, ucraniano de origem cigana e frontman da banda Gogol Bordello. O batidão logo dá espaço ao violino cigano de Mio Vacite e às guitarras distorcidas do próprio Eugene, numa confusão sonora transcontinental. Estou na “Casa do Cigano” estúdio de Ricardo Vacite, filho de Mio, presidente da união cigana do Brasil. Aqui, Eugene prepara um projeto experimental com músicos brasileiros chamado provisoriamente de “Que Porra É Essa?”

Alem de tocar com o Gogol desde 1999, Eugene dividiu com Elijah Wood o papel principal de "Everything is Illuminated" (2005) e estrelou "Filth and Wisdom" (2008), primeiro filme dirigido pela Madonna. Depois de trombar com a figura de bigodão e calça “pescando siri” em inúmeras situações nas ruas e baladas do Rio de Janeiro, resolvi entrevistá-lo. Marcamos um papo numa casa de sucos em Ipanema, antes de uma sessão na "Casa do Cigano", onde me esforcei para fazer uma assessoria de gírias e sotaques na gravação do “Funk da Kombi” que abre esta reportagem.

Então… Quando você veio pro Brasil????

Já faz quase dois anos, na verdade já são dois, na primeira vez eu vim para ver uma garota… minha namorada naquela época!

Brasileira?
Não! Ela é da Romênia, mas ela é antropologista e está estudando ciganos do Brasil. Então vim vê-la na primeira vez… Mas você sabe, acabei não saindo do quarto durante um mês … Aí o meu heroi de todos os tempos, Manu Chao veio ao Brasil, e me apresentou alguns músicos, fomos para Pernambuco no carnaval, comecei a conhecer o pessoal do Mundo Livre S.A. e o DJ Dolores e outras pessoas de um circulo criativo. E me senti muito inspirado por toda essa energia e atmosfera sabe. Mas isso não foi uma grande surpresa, na verdade foi apenas uma prova, pois eu sempre curti música brasileira e sempre quis visitar o Brasil. Em Nova York eu tenho vários amigos brasileiros e muitos fãs que iam aos shows e minhas festas dizendo “cara! Você tem de ir ao Brasil, quando você for lá, você vai querer ficar!” Então não teve nada chocante, fiquei feliz que acabou sendo tudo isso mesmo! Exatamente o esperado! Original e exótico. Antes mesmo de eu chegar aqui, eu já estava tocando numa escola de Samba em Nova York, a Mahantan Samba, e experimentando com esses músicos, fazendo shows juntos, combinando Gogol Bordello com escola de samba, fazendo festas extremamente energéticas.

Uma vez você confessou que depois de um ou dois anos, depois de conhecer as pessoas e o país melhor rolou uma leve decepção com a americanização imposta pela TV e outros meios.
Bem, eu não gosto dessas coisas em qualquer país. E elas existem em qualquer país! Antes eu estava apenas olhando numa direção, agora tenho de aceitar que isso também existe aqui. Não me desapontei, tudo o que eu amo ainda está aqui. Então, estou bem com tudo isso, a americanização está em qualquer lugar, na Ucrânia, Itália, Espanha, esse lixo está em qualquer lugar! Mas eu não vim aqui pra isso, então estou ok, estou amando as coisas que eu amo! Eu conheci um circulo de amigos maravilhoso aqui, de uma maneira criativa e companheira também. Uma coisa que fez eu me sentir muito em casa é que eu conheci ciganos brasileiros que me receberam muito bem dentro de seu círculo, essas pessoas falam a mesma língua que meus avôs sabe? E estão no Brasil. Logo este lugar se tornou uma casa para mim. A maneira que eles preservam a cultura cigana me faz sentir de volta ao ninho, perto das minhas raízes...

Eu não conheço muito a cultura cigana, acredito que a maioria dos brasileiros tampouco. Conheço estereótipos sobre viajantes e cartomantes, mas pelo que sei existe uma grande comunidade aqui, meio escondida, porque as pessoas não conhecem muito sobre os ciganos?

Todo mundo tem esses estereótipos, mas agora eles estão tentando correr atrás. Existem duas razões: um preconceito herdado que faz as pessoas se protegerem e as comunidades ciganas se aproximam muito num mecanismo de proteção, mas hoje em dia, de uma maneira muito devagar está começando a mudar. Se está falando muito sobre os direitos dos ciganos romenos. Sabe, estamos no Rio de Janeiro, daí quando eu falo que fui com amigos ciganos fazer uma doação a uma favela de ciganos que fica depois de Niterói, as pessoas se chocam: “há um acampamento cigano lá? Nunca ouvi falar.” Mas tipo, está só a uma hora de distância.

Você só começou a viajar na cultura cigana depois que teve de fugir de Kiev por conta do acidente nuclear em Chernobyl.
Na Ucrânia o preconceito contra ciganos é muito maior do que aqui. Eu dei umas voltas por aqui e pelo que aprendi, os ciganos daqui ainda são mais positivos do que os da Europa, você ouve falar dos ciganos na mitologia, no folclore, em músicas. Há menos do preconceito negativo, os ciganos daqui ainda conseguem ser dentistas, advogados, políticos, qualquer profissão possível. Na Europa, é quase impossível, você só pode ser o que os ciganos fazem, existe uma parede invisível, é impossível chegar em qualquer lugar. Então muitos pintam seus cabelos de loiro, falam pras pessoas que são turcos, ou qualquer outra coisa. Minha família é mestiça, eu mesmo não tenho muita cara de cigano, e minha família fez todo o possível para esconder o nosso lado cigano lá na Ucrânia, eles esconderam tão bem que eu não sabia praticamente nada a respeito até os dezessete anos. Toda a cultura foi parte da vida na nossa família, mas só um pouquinho da nossa língua nativa estava presente, e nada de vestimentas ciganas, a música sim estava sempre presente, mas é porque todos amam a música cigana, então isso não é problema, mas qualquer manifestação muito óbvia era proibida. A parte não-cigana da família, eles não gostam de ciganos sabe? Eles só gostam hoje em dia porque leram no "New York Times" que o Gipsy Punk é cool. Quando eu vou a Ucrânia eu digo: “você não gosta de ciganos? Pois é, você só tem esse computador por conta do Punk Cigano.” Eu sou o cara que comprou todas essas merdas pra eles, senão eles estariam até hoje sem isso. Foi um longo caminho para provar que eles estavam errados.

Você chegou a viver em acampamentos ciganos?
Sim, depois de Chernobyl. Vivi na Polônia, Áustria, Hungria e Itália. A Itália é o único país que compete com o Brasil em termos de desordem e caos. Acho que talvez eles até ganhem. Vocês estão próximos do título, mas acho que eles levam, hein? (risos)

E tem muito preconceito lá?
Sim! É terrível! Dos piores, na Itália e na Romênia.

Mas os ciganos não vieram da Romênia?
Vieram originalmente do Rajastão há uns mil anos. O primeiro exôdo foi pra Turquia, pelo Oriente Médio, depois para Marrocos, Espanha. Por isso o flamenco tem influência arábe. O segundo êxodo foi alguns séculos depois, da Turquia para a Romênia, e da Romênia para a Rússia e toda a Europa. Há cerca de dois milhões de ciganos lá hoje em dia, é o país com a maior população cigana no mundo. Mas lá também não é um país muito civilizado, portanto há muita discriminação.

Você cresceu na Ucrânia soviética, não?

Nasci e fui criado até os 18 anos na Ucrânia, sob o comunismo total. Ninguém pensava que isso fosse mudar um dia! Era tipo, “nascemos assim e vamos morrer assim”. Não havia nenhum sinal no ar de que viriam mudanças. Quando elas vieram, aconteceu tudo de maneira muito rápida, ninguém acreditou quando o Gorbachev chegou e dividiu o país... Ele fez a coisa certa, arrebentou o império! A Rússia sempre criticou o imperialismo, seria lindo se não fossem os maiores imperialistas do mundo. A Rússia é um império até hoje em dia. Da Sibéria até a Polônia, todas as nacionalidades dessa área foram forçadas a falar russo nos últimos 200 anos. Agora que a URSS acabou, todo mundo está voltando aos poucos para as suas raízes. Se é que eles lembram quais são essas raízes.

Como você conheceu o rock num país soviético? Não era proibido?

Era proibido, mas sempre tinha alguém que sabia como conseguir coisas proibidas. Meu pai foi provavelmente um dos primeiros caras a ter uma guitarra elétrica na URSS. Ele era músico e tinha dom para idiomas, então conseguiu entender a cultura rock’n’roll ouvindo rádios estrangeiras. Ele tinha uma banda e pegava todas as mulheres, não tinha nem competição.

Como se formou o Gogol? Todos os integrantes são imigrantes?

Sim, mas foi como uma bola de neve. Quando cheguei em Nova York, eu não conhecia ninguém e comecei a tocar no metrô. Fiz isso por uns dois meses, tocava guitarra e cantava músicas do Johnny Cash e vários rockabillies.

Com sotaque esquisito?

Mais ou menos, eu não acho meu sotaque esquisito, quanto mais alto você grita, mais a sua língua nativa vem, é o que os médicos dizem. Eles podem identificar uma nacionalidade de qualquer mulher durante o parto, porque quando ela grita mamãe ou qualquer outra coisa elas o fazem no seu idioma nativo, não é algo que conseguem esconder naquele momento. Cantando é a mesma coisa, quanto mais você grita ou se envolve emocionalmente mais a sua gesticulação nativa vai aparecer.

Voltando a formação do Gogol.
Aí, no metrô, conheci um cara que tocava acordeon e viramos um dueto, depois um trio. Mais ou menos um ano depois chamamos um baterista e gravamos nosso primeiro álbum, que é praticamente acústico. Mas eu comecei a sentir falta do rock’n’roll, o som de “A Bunch of Fucking Fags” e minhas outras bandas de psycobilly. Aí eu conheci Oren Kaplen, que era de Israel, um puta guitarrista que tinha tocado numa banda chamada Firewater. E depois, demoramos uns quatro anos pra ter um baixista, era uma banda de gipsy reggae dub sem baixista. Bem estilo “Que porra é essa?” (risos). Oficialmente a banda começou em 1999, nosso quinto álbum está saindo agora, com o Pedro que é um MC peruano que nos acompanha desde o álbum anterior. O nome é Transcontinental Hustlers. Quando eu pegar o CD master, vou jogar na Lagoa Rodrigo de Freitas, porque todas as letras foram escritas lá.
Eu voltava das turnês com a cabeça transbordando de merda, que nem um banheiro público depois do carnaval, saía de casa todas as manhãs, caminhava até a Lagoa e escrevia por horas. A maior inspiração veio daqui, com toda essa solidariedade, esse espírito, um cara do Leste Europeu na América Latina.


Mas sobre Gogol Bordello:
http://www.gogolbordello.com/
http://www.myspace.com/gogolbordello
http://www.twitter.com/gogolbordello

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Por onde anda Tiago Iorc?

Sim, eu realmente quero saber, porque um cantor, instrumentista, compositor e artista desse porte, agente sempre quer ser o primeiro a ouvir uma nova composição ou gravação!

São muitas as qualidades desse garoto de Brasília, que viveu em várias partes do mundo, como Inglaterra, EUA, e do Brasil, em Curitiba e inclusive aqui no Rio Grande do sul, na cidade de Passo Fundo. Talvez essa constante mudança de cidade e até de país tenha ajudado a transformar Tiago Iorczesky (#oii? esse é o nome completo!) em Tiago Iorc, o artista indie mais destacado em 2007 pela música "Nothing But a Song", tema de Malhação. Depois dessa, mais quatro músicas viraram temas de novelas, o que deu projeção nacional na sua carreira!




Com essa voz e esse talento incrível para compor e cantar em inglês com tamanha naturalidade, Tiago arrebatou fans em todo mundo, principalmente os mais chegados na música romântica, do tipo #perfeito para ouvir no dia dos namorados (de preferência, acompanhado!). Talento esse que começou a cultivar ainda na infância quando tinha 8 anos, logo que voltou a morar no Brasil, aprendendo violão, guitarra e piano. Perseguindo a fama desde cedo, aos 22 anos venceu o V Festival Universitário Interno de Música "Revele Seu Talento, na PUCPR na categoria voz e instrumento com a música "Scared"! Nos próximos anos que seguiram, Tiago emplacou vários singles nas novelas, "Blame" e "My Girl", sucesso do grupo voca americano The Temptations nos anos 60 e, tema do clássico filme de mesmo nome e considerada umas das 500 canções que formaram o Rock and Roll.


Em 2009, uma edição especial do seu álbum debut "Let Yourself In" foi lançada no Japão, e "Nothing But a Song" atingiu o #11 lugar no Top 100 Billboard Japonesa! #tabomprati?
A verdade é que ele fez uns shows por aí e depois tomou um chá de sumiço, para susto e terror eral da nação. Ficamos preocupados, claro, maaaas.....ele nos tranquilizou, a um mês atrás em seu blog http://www.tiagoiorc.com/blog que está vivo e bem e que, sem pressões, está inspirando e compondo sem limites para logo mostrar o resultado para nós.Eis as vantagens de ser um artista indie e dono do seu tempo #vaidizer?

E com certeza, vai ser incrível. Nada menos para se esperar de Tiago Iorc!!! #fatooo!
















*trabalhando *-*


Então, se tu não conhece o guri, COOOORRE e vai ouvir:







Let Yourself In - Nas melhores casas do ramo! ;)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Noites Escandinávas...

Ontem assisti um filme sobre um assunto que, #confesso, adoro: príncipes! Não sei se vocês já viram Um Príncipe em Minha Vida (The Prince and Me). É o sobre o príncipe dinamarquês Edvard, que viaja para a América e conhece a estudante interiorana de medicina Page Morgan e se apaixona. Mas ele está prestes a assumir o trono da Dinamarca e precisa se casar. Aí, pede Page em casamento, que prefere se formar primeiro. No segundo filme, uma sequência desastrosa em comparação a primeiro (Um Príncipe em Minha Vida 2: Casamento Real), finalmente acontece o casamento e Page vive para sempre um conto de fadas moderno, se tornando rainha consorte da Dinamarca! Embora o segundo não sendo tão bom quanto o primeiro, pois eles trocam a atriz original que interpreta Page Morgan, os dois filmes são lindos e mostram um pouco da cultura desses países tão distantes do Brasil, os país escandinavos, e países distantes, músicas mais distantes ainda, e então perdemos de novo de conhecer mais bandas, artistas e músicas legais.
A Noruega já foi tema 2 vezes aqui no blog: No post sobre a cantora de jazz Hilde Louise Asbjornsen e no post sobre o Hardanger Fiddle, um instrumento típico que tem o formato de um violino e tem 8 cordas. Um espectáculo! A Escandinávia é um região da Europa que abrange a Noruega, a Suécia (formando a Península Escandinava) e a Dinamarca. A Finlândia possui uma cultura um pouco diferente desses países, chamada de fino-úgrica, por influencia russa e é então considerado um país fino-escandinavo. O que pode ser bem conhecido fora desse extremo norte europeu é bandas de metal, porque é realmente um estilo muito popular por lá, principalmente na Finlandia, onde o sucesso de bandas como Nightwish, Children of Bodon, Finntroll, etc...

A música folk escandinava pode ser encontrada no Metal, ou , mais precisamente, no Folk Metal. Eles amam muito sua música, folk/viking (outro sub-genero de heavy metal é o viking metal, caracterizado pelo uso de teclados e instrumento folk nórdicos) e , praticamente a maioria das bandas de metal escandinavas usam temáticas sobre a mitologia viking, instrumentos antigos e canções em versões antigas das línguas nórdicas!Um projeto muito interessante é o Folkearth, um projeto internacional que reúne vários artistas para tocar música folk/viking, criado em 2003.O tema principal das músicas do grupo é a mitologia nórdica, celta e grega e são muitos os músicos, de várias bandas, que se juntaram para fazer esse projeto. O site (http://folkearth.cjb.net/) tem mais informações!




Em um post anterior, eu citei uma banda norueguesa chamada Valkyrien Allstars (http://www.valkyrienallstars.com/)! Eles são muito loucos e fazem música folk só com hardanger fiddle, aquele instrumento típico! Os integrantes, a Tuva Livsdatter Syvertsen, Ola Hilmen e Erik Sollid tocam juntos desde crianças e em 2002 montaram a banda, com Magnus Larsen no baixo e Martin Langlie na bateria! Já ganharam vários premios, como o "Folklarm" de Melhor Grupo Folk do Ano, em Setembro de 2008, na Noruega.
O Valkyrien Allstars tem sido um dos principais resposáveis pela difusão da música folk norueguesa no mundo, com uma agenda de turnés anuais pela escandinávia, para a Rússia e até para o Japão. #claroquenuncapeloBrasil ¬¬ Embaixo, um link muito legal deles tocando Knepphaliingen, uma música tradicional!

http://vimeo.com/1194779

Outro projeto incrível é o da ex-vocalista do Nightwish Tarja Turunen, o Noche Escandinava.
O projeto reúne suas amigas, a finlandesa Marjut Paavilainen (mezzo-soprano), a noruegusa Ingvild Storhaug (mezzo-soprano) e a pianista japonesa Izumi Kawakatus. Na época que criou o projeto, Tarja estava estudando música Lied na Alemanha e percebeu como os compositores escandinavos como Jean Sibelius e Edward grieg eram pouco conhecidos por lá. Então, Tarja e suas amigas reuniram durante as edições do Noche Escandinava várias canções no formato lied (canção para um cantor solo, acompanhado de piano) de origen escandinava, austríaca e alemã. Na segunda edição, Ingvild foi substituída pelo barítono finlandes Juha Koskela, pois o repertório iria ser apenas de música folclórica da Finlandia. Em 2005, um cd do projeto foi disponibilizado para venda pelo site de Tarja (http://www.tarjaturunen.com/), o Noche Escandinava II - A Finnish Evening from Buenos Aires - Argentina (terra do marido dela, Marcello Cabulli). o Noche Escandinava III já foi citad por Tarja, mas nunca foi lançado. Ainda no Nightwish, Tarja e os outros tocavam e usavam muitos elementos folk nas suas músicas, algumas na língua finlandesa (suomea) . Kuolema Tekee Taiteilijan (compos. Tuomas Holopainen) me fez ter vontade de estudar finlandes. Depois que Tarja saiu, eles cortaram essa música do playlist porque a nova vocalista, Anette Olzon, não é fluente em suomea ¬¬


Kerran vain haaveeni nähdä sain
En pienuutta alla tähtien tuntenut
Kerran sain kehtooni kalterit
Vankina sieltä kirjettä kirjoitan


Somente uma vez eu poderia ver meu sonho
Não senti a pequenez sob as estrelas
Uma vez havia barras em meu berço
E como um prisioneiro, eu escrevo uma de carta de lá.








" A música não tem fronteira ou idade - tem apenas a simplicidade de uma mente aberta."

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Música do Móveis!

Que saudade de ouvir Móveis Coloniais de Acaju! A banda, que se apresentou ontem a noite, no @circo_voador, no Rio de Janeiro é uma daquelas bandas cuja a genialidade começa pelo nome! Móveis Coloniais de Acaju já instiga as pessoas a saber do que se trata, qual é o som que os caras fazem, como chegaram ao sucesso e, assim como o nome, tudo isso se responde também com uma longa história e muita originalidade. Eles são daquelas bandas a favor da "música sem fronteiras", fazem um mistura de vários estilos; o que eles próprios chamam, mais uma vez usando de pura criatividade, de "feijoada búlgara", que seria a mistura de rock, ska* mais os rítmos brasileiros e do leste europeu (#necessita especificações ¬¬)!

Formada em Brasília em 1998, o início é basicamente o mesmo de quase todas as bandas: um grupo de amigos com vontade de se juntar para tocar junto, experimentar sons diferentes e se der certo, beleza! Mas, deu mais do que certo! Com nove integrantes, eles misturam os sons de guitarra, baixo e bateria com trombone, gaita cromática, flauta transversal e saxofones e mais a bela voz de André Gonzáles**. #AdoroEle! Essa mistureba divertida pra caramba, faz agente querer sair correndo e comprar o cd. O que não se faz necessário, pois a banda disponibilizou o último álbum para download, C_ml_te, inteiramente gratuito! #tabomprati?



Desde de que a banda começou a participar de importantes festivais brasileiros de música e tendo realizado uma turne mais que bem sucedida pela Europa em 2008, o Móveis vem se consolidando como a banda independente mais importante do Brasil, não só pelo massivo uso de internet para divulgação (via blogs, twitcam e pré-estréias de clipes no canal do Youtube) mas pelo status de banda-empresa, não sendo apenas os músicos, mas o Móveis é todos os outros integrantes que ajudam a organizar as próprias turnés, vender os produtos os produtos da banda como camisetas e acessórios e produzindo os próprios discos!



O show que eles fizeram por aqui foi em abril e eu não pude ir #quasemorrideraiva! :(
Nós estamos ansiosos pela próxima visita da movelaria em terras gaúchas! :D




http://www.moveiscoloniaisdeacaju.com.br/

http://www.myspace.com/moveis

http://twitter.com/moveis

http://www.youtube.com/user/moveiscoloniais

*Ska é um rítmo jamaicano que surgiu no fim da década de 50, combinando elementos caribenhos como mento e o calipso e americanos como jazz, jump blues e R & B (rythm and blues).Foi precursor do rockstead e do reggae. Suas letras trazem sinais de insatisfação, abordam temas como a marginalidade, descriminação, a vida dura de trabalhador e acima de tudo, a diversão em harmonia. No Brasil, os primeiros passos do ska remontam a época da jovem guarda, com releituras de sucessos jamaicanos, por nomes como Renato e seus Bluecaps e Wanderléia porém, poucos se davam conta que aquilo se tratava de ska. Entre as novas bandas que continuam procurando espaço para esse rítimo no undreground no Brasil, estão Móveis Coloniais de Acaju, Skambo, Anista, Radio Ska, Zé Oito, e muitas outras!




**Li uma matéria escrita pos Eduardo Carli de Moraes que definia André Gonzáles assim: "O vocalista André Gonzáles parecia um molecão anfetaminado que pula, se contorce, s eesgoela e se esparrama pelo chão e pelos ares, sempre com a energia no talo, como um coelho da Duracell chapadaço que está sempre com as pilhas repletas.Ele canta como faria um Frejat mais punk e desencanado, um Amarante do cabelo-sujo um um Julian Casablancas mais extrovertido e sacana. E sempre se entregando com toda à performance"



Eu não poderia definir melhor... :D


terça-feira, 3 de agosto de 2010

Coisinhas de Irlandês! =)

Já virou moda eu começar os posts com frases terminadas com "isso é óbvio." Nesse caso, o farei de novo!
Quando ouvimos melodias folclóricas, identificamos sua origem baseados nos instrumentos que estão tocando a tal melodia! Isso é óbvio! Talvez a música celta seja a mais fácil de se identificar pela quantidade de instrumentos típicos das terras altas! Tu já ouviu falar em Bodhrán, Tin Whistle e Uillean Pipes? Se não, saiba que são os nomes certos para um tambor, uma flautinha e a conhecida gaita-de-fole e seus nomes derivam do gaélico irlandês, idioma que, hoje em dia é falado apenas nas zonas rurais da Irlanda! Ainda tem o Uillean Pipes, a gaita-de-fole e o Fiddle, o nome folk do violino. :D. É legal conhecer afundo sobre todos esse "arsenal" que faz a música celta ser tão rica, mas se eu fosse escrever sobre tods s tipos que cada um tem, esse post teria 1000 quilômetros (#exagero). Então, vamos falar dos principais, começando pela pequenina, a Tin Whistle!

A Tin Whistle é uma flauta minúscula, de metal e com seis furos.
É muito simples de ser tocada e possui várias afinações. O som tem muito a ver com que "tin whistle" significa: assobio e é realmente muito fácil de aprender. Na Internet estão a venda livros com tutoriais, para que não sabe ler partitura e vários tunes, os temas irlandeses. Quem estudou flauta doce, nota a simplicidade com relação à digitação, mas tocar bem requer prática! Existem várias afinações (D, Bb, C) e são fabricadas geralmente em estanho e cobre, como a Low Whistle, uma variação da tin whistle, mais grave.A mais comum é a "Low D" afinada uma oitava abaixo da tin whistle em D.



O Bodhran (pronuncia-se Baurón) é o tambor irlandes, largo e achatado. O bodhran foi usado na Rebelião Irlandesa de 1603 para organizar os soldados e anunciar a chegada militar! Ao contrário do que parece quando se vê alguém tocando, não é difícil de aprender. É como aprender a andar de bicicleta, nunca mais se esquece. Claro que, como a whistle, para mandar bem, tem que treinar. No youtube, a americana de origem escocesa Michelle Stewart fez um vlog com aulas bem detalhadas e ainda, uma maneira criativa de estudar bodhran sem bodhran, o que é muito necessário para nós, brasileiros, sem acesso a eles!






O Uillean Pipes é a mais conhecida gaita-de-fole (existem vários tipo, e a irlandesa não é a mesma da gaita-de-fole escocesa, chamada de gaita das highlands), e é o símbolo da música celtica irlandesa. É uma das únicas que conseguem atingir duas oitavas e a única que produz staccatos (interrupções no som, tornando a nota mais curta). Gaitas de fole pertencem á família dos aerofones, instrumentos com basicamente um tubo melódica, que se chama cantadeira e é onde o músico digita a música, um insuflador mediado por uma válvula chamado de assoprador e ambos estão ligados a um fole. Geralmente, tem mais um tubo melódico que produz uma nota pedal em harmonia com o tubo melódico (chamado de bordão).
O Fiddle, é qualquer instrumento de arco ( Ravanahatha, Erhu também são chamados de fiddle) e mais utilizado para se referir ao violino. É também uma expressão coloquial. Na gringa, eles se referem aos seus violinos, violas, cellos e contrabaixos como "My Fiddle" #quefofo
O que muda entre o fiddler e o violinista? Apenas o quanto o violinista curte musica folk e escuta grandes fiddlers como Eileen Ivers, Liz Knowles, Natalie McMaster, Aladais Fraser. Hoje em dia, muitos violinistas de formação clássica são ótimos fiddlers e conseguem transitar entres as "pegadas clássica e folk" sem nenhum tipo de "ranço". Patrick Mangan e Niahn Fahy, fiddlers do Riverdance são um bom exemplo.



Falamos de quatro instrumentos da música folclórica irlandesa. Existem muitos outros, exclusivamente gaélicos como tiompán, e outros que são muitos usados na música irlandesa mas são bem conhecidos como a harpa, a flauta transversal de madeira e a concertina, um tipo de acordeão diatonico que também é conhecido como concertina hexagonal. Ah, tá faltando outras coisinhas que irlandês curte, mas vamos a deixar a Guinness, o Irish Cream e o Schamrock para o próximo post!



Até! =)

domingo, 1 de agosto de 2010

Isobel Campbell & Mark Lanegan, improvável?

Aaah, Glasgow!


Essa cidade está entre meu Top 5 cidades que PRECISO conhecer até 2012 (não porque dizem que o mundo vai acabar, mas só por estabelecer uma meta). É simplismente, o berço de boa parte das bandas e artistas que eu cultuo, como Franz Ferdinand, Patrick Doyle, Mark Knopfler e Belle & Sebastian. Dessa última, até 2002, Isobel Campbell fez parte. E li que, de 1996 até 2002, período no qual ela fez parte do Belle, foram os melhores anos da banda. Não duvido que muitos concordem com isso, afinal Isobel é, realmente, excepcional, ma eu não seria tão radical assim. Continuo amando Belle & Sebastian como sempre, desde que conheci o som deles em 2000 e pirei!



Mas Isobel Campbell continua a vida o trabalho ta incrível. Violoncelista de formação clássica, ela diz que escolheu esse instrumento por "não gostar de ver a imagem dos professor refletida no piano" (... vai entender...). Sempre sonhou em participar de uma banda e viu esse sonho se materializar ao conhecer Stuart Murdoch, em 1996 e formar o Belle & Sebastian. Durante esses 8 anos que passou na banda, ela tocava diversos instrumentos como flauta, teclado, piano e violão, além de dividir os vocais com a violinista Sarah Martin. Depois de deixar a banda, no meio de uma turne pela América, ela inicia sua carreira solo, a não ser pela formação de The Gentle Waves, uma banda que, na verdade, era "Ela e os outros". Mesmo assim, lançaram 2 discos entre 1999 e 2000. Em 2003, sai, finalmente, seu disco solo. "Amorino" mostra todo o potencial de compositora de Isobel, com muito sucesso de crítica e colaborações do jazzista Bill Wells, com quem ela já tinha tocado anteriormente, entre outras colaborações.



Procurando ainda por algo ainda mais especial, Isobel compôs uma pilha de canções, que diz ela, são "cantáveis" apenas por uma voz masculina.Detalhe esse que fiquei sabendo assistindo Top Top MTV semana passada. Para achar essa "voz", ela atira bem longe do seu campo. Mark Lanegan, vocalista da banda grunge Screaming Trees e conhecido por sua voz "rouca e soturna" e, assim como Isobel, mantém vários trabalhos paralelamente ao Screaming Trees, como carreira solo e colaboração nos vocais da banda indie The Gutter Twins (que gente de fôlego infindável, e criatividade interminável, creeedo ¬¬).



A parceria de Campbel e Lanegan não podia render menos do que críticas excelentes e prêmios ao seu Ballad of Broken Seas, vencedor do prêmio Mercury, que laureia apenas artistas britânicos e irlandeses e foi eleito um dos 100 albuns da década pela New Music Magazine. Sunday at the Devil Dirt veio em 2008, com todas as 12 músicas (mais as 7 que veio na edição de luxo, como um cd bônus) compostas por Isobel. Nesse álbum está uma das minha músicas preferidas: Keep Me In Mind Sweetheart. Na minha opinião, umas das músicas que mais
enaltece a extraordinariedade da dupla Campbell-Lanegan.
O terceiro álbum desse duo (e que venham muitos ainda) Hawk. foi inteiramente produzido e arranjado por Isobel e vai ser lançado dia 14 de Agosto.Traz mais colaborações incríveis como o cantor folk americano (e gatinho ^^) Willy Mason e o ex-guitarrista do Smashing Pumpkins James Iha.
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Confere o tracklist de Hawk.
01- We Die & See Beauty Reign
02- You Won't Let Me Down Again
03- Snake Song ( cover de Townes van Zandt)
04- Come Undone
05- No Place to Fall ( cover de Townes van Zandt)
06- Get Behind Me
07- Times of The Season
08- Hawk
09- Sunrise
10- To Hell & Back Again
11- Cool Water
12- Eyes of Green
13- Lately
Até!