Porque o legal de escrever um blog é descobrir bandas bacanas e ainda ganhar CD nas promoções! Acaaaaba de chegar da Alemanha meu CD da Yxalag Klezmer Band " Klezmer Tales - Fargint Zikh". É o segundo CD da banda e, para quem curte o estilo e gosta coisas novas e exóticas, o som deles é incrível!!! Fiquei muitos feliz pelo CD, é um trabalho maravilhoso! O título da primeira música, composta pelo clarinetista do grupo Jakob Lakner, significa o que a música klezmer representa para todos que apreciam interpretam este estilo: paixão, melancolia, solidão, consolo, felicidade, vida alegre. O mais legal é a grande diversidade de outros gêneros musicais, tanto nas músicas compostas por Jakob como nas tradicionais arranjadas por eles, como jazz, tango, canções melancólicas do folclore russo, búlgaro alemão, bossa e muitos outros. O resultado é essa sonoridade tão profunda e sortida! Aqui, a faixa principal do novo CD, disponível no Youtube:
Hoje vou escrever sobre um cineasta cujo os filmes são uma verdadeira fonte de informação e inspiração sobre a cultura e a vida cigana. Essa iniciativa de escrever sobre ele nasceu depois que eu assisti uma de suas obras primas, Gadjo Dilo (1997). Tony Gatlif , um cineasta nascido na Argélia, filho de pais ciganos, decidiu devotar seu trabalho a reproduzir as belezas, a riqueza cultura, os relacionamentos e a contar historias sobre um povo o qual ele conhece muito bem e admira, através de seus filmes. Para isso, ele se cerca dos melhores atores, roteiristas e produtores e faz um cinema instigante, ousado e claro, premiado nos mais importantes festivais do mundo.
Sua filmografia traz uma coleção de filme sobre a cultura cigana vista sobre vários olhares e temáticas. Em Gadjo Dilo (O Estrangeiro Louco), Stephane sai em viagem a procura de uma cantora que seu pai gostava muito e ouvia em fitas cassete, Nora Lucca, e acaba chegando em um vilarejo cigano nos confins da Roménia, fazendo amizades sinceras, apesar da falta de comunicação na mesma língua, amores e descobertas não só sobre sua busca primeira, mas sobre si mesmo. Claro que tudo isso regado a muita musica folk, danças ciganas e atuações extraordinárias de Romain Duris, ator preferido de Gatlif pois atuou em mais alguns tantos filmes dele; da atriz e cantora romena, de origem alemã Rona Hartner e de tantos outros que interpretaram eles mesmos: ciganos.
Alem de dirigir e escrever os roteiros de seus filmes, com parcerias, claro, Tony Gatlif ainda e responsável pela trilha sonora, selecionando grupos e cantores (foi justamente em Latcho Drom (1993) , que eu conheci o grupo Taraf de Haidouks, sobre o qual eu escrevi la no inicio do blog em 2009 e citei em vários outros posts!). Em Latcho Drom (Em algum dialeto cigano "Estrada Segura"), somos transportados para uma incrível viagem cigana, que sai do Rajastao, na Índia para a Espanha, passando pela Turquia, Romênia, Hungria, Republica Tcheca, Alemanha e França, mostrando que, apesar dos inúmeros crimes cometidos contra esse grupo étnico em vários momentos da historia, como o massacre nazista, que dizimou milhares de ciganos nos campos de concentração, não se em nenhum momento o retrato de um povo vencido, muito pelo contrario, se vê pessoas que não importando o lugar ou circunstância fazem da vida uma experiência de musica, danças e cores contagiante. Em Gadjo Dilo, podemos ver em ação o cantor Adrian Simionescu, que canta a canção principal do filme, "tutti frutti" na cena aonde Stephane os grava interpretando a musica e a cigana Sabina dança. No filme Transylvania (2006), podemos acompanhar outra viagem, mas desta vez a de Zingarina (Asia Argento) que parte, junto com sua amiga, em busca de seu namorado, pela Romênia e descobre um mundo magico e atmosfera única na Transylvania, visitando lugares impares e nesse longa, podemos ver a cantora húngara Palya Bea, que atua em uma cena cantando "Tchiki Tchiki" mas tem varias outras musicas na trilha sonora.
Sobre seu trabalho consagrado, Tony Gatlif disse: "Toda a minha arte é de intervenção; não faria cinema se assim não fosse. Por intervenção quero dizer pelo povo, pela justiça, contra a injustiça. É preciso combater contra os estereótipos. Só conhecendo o povo de dentro — como eu conheço — isso é possível"
Filmografia
La Tête en ruine (1975)
La Terre au ventre (1978)
Corre gitano (1981)
Canta gitano (1981)
Les Princes (1982)
Rue du départ (1985)
Pleure pas my love (1989)
Gaspard et Robinson (1990)
Latcho Drom (1993)
Mondo (1995)
Gadjo dilo (1997)
Je suis né d'une cigogne (1998)
Vengo (2000)
Swing (2001)
Exils (2004)
Transylvania (2006)
Korkoro (2009)
Indignados (2012)
Trecho do filme "Latcho Drom" no qual aparece a banda gypsy romena "Taraf de Haidouks".
Todo país tem seus ícones culturais, aqueles artistas que devotam sua vida inteira à cantar e exaltar as belezas do lugar aonde nasceu. E é indiscutível que um dos país mais ricos culturalmente é a amada Rússia. Na dança, na literatura, no cinema, nas artes visuais, não faltam representante, mas na música folclórica russa, certamente o nome principal é Nadezhda Babkina. A mais de 25 anos anos que ela dedica sua vida à intensa atividade artística, sempre voltada trazer a música tradicional russa para o contexto atual, contemporâneo. Nadezhda nasceu na cidade de Astrakhan, aonde cresceu e se formou, na Astrakhan Academy of Music. Após obter formação em canto folclórico e regente de coro folclórico, adquiriu profundo conhecimento na área da música folk da Russia e em 1974 fundou o Russkaya Pesnya, grupo o qual lidera até hoje e conhecido em todo o mundo e único grupo que permanece durante tantos anos na liderança entre os grupos folclóricos da atualidade.
Uma das principais características do Russkaya Pesnya a quantidase de cores que eles levam para o palco. Com vestimentas típicas, aonde o vermelho predomina, eles demonstram uma técnica vocal incrível, além de performances coreográficas que, realmente, levam quem está assistindo a uma viagem pela história russa.
No site de Nadezhda Babkina, é possível conhecer mais sobre a história dela e da formação do grupo, fotos e discografia. http://nadezhda-babkina.taba.ru
Não é o primeiro post sobre música klezmer, a música popular dos judeus no leste europeu, que eu faço aqui no blog! E não, não é só porque o violino é um dos instrumentos típicos e onde ele se faz mais virtuoso do que em outro gêneros. A combinação de outros instrumentos como acordeom e clarinete resultam num timbre único! E eu, a uns dias, derrepente senti aquela vontade de ir para o youtube ouvir/ver alguma coisa nova, eis que clico em um video e me deparo com um grupo de jovens..bem jovens, tocando de maneira alucinada "Odessa Bulgarische", uma canção trad. klezmer!
:O
Tudo impressiona na interpretação da Yxalag Klezmer Band, a unidade do grupo, técnica, improviso, empolgação...difícil dizer em qual aspecto essa gurizada manda melhor! Formado em 2008, na Musikhochschule Lübeck, em uma pequena cidade alemã, esse grupo foi unido pela curiosidade com esse gênero de música. Onde quer que eles se apresentem, oferecem um verdadeiro show de entusiasmo e recebem nada menos que aplausos de pé por seu estilo apaixonante de tocar!
Em Maio de 2010, eles lançaram seu primeiro cd "Klezmer Tales - A Yddishe Mame" e em Outubro, o 2° cd "Klezmer Tales - Fargint Zikh".
Nele Schaumburg, Violino Juliane Färber, Violino Kayako Bruckmann, Violino e Viola Jakob Lakner, Clarinete Ulrich Zeller, Contrabaixo Nicolas Kücken, Violão Wolfhard Lippke, Acordeom
Pois sim! Se alguém visitou este blog nos últimos mêses e/ou está visitando agora (o que eu duvido muito, pela trabalheira de achar leitores quando as postagens eram regulares...), pode estar se perguntando por quê não achou publicações novas dessa autora que vos fala (ou não).
Bom, muito aconteceu, sai para reflexões pertinentes, colocar trabalhos em dia e.....adquirir idéias novas para o blog! e pode crer, achar idéias novas para um blog sobre música antiga e folk é bem difícil.
Nesse meio tempo, eu passei mêses de intenso trabalho com música antiga, trabalhando no Instituto de Artes- UFRGS a Ópera barroca "Dido & Enéias", de Henry Purcell e libreto de Nahum Tate! Uma incrível oportunidade de passar bastante tempo tocado com arco barroco e corda de tripa (para quem toca instrumento de cordas friccionadas, sabe a baita diferença que faz), além de aprender muito sobre estilística de música antiga. Além diso, ainda no ambiente universitário, fiz um bom e grande trabalho, na cadeira de Iniciação à Pesquisa sobre Técnicas Interpretativas de Música Folclórica Húngara na Rapsódia n°2 de B. Bártok. Infelizmente não fui a campo atrás de gravações originais de grupos folclóricos no interior da Hungria...mas a internet ajudou bastante e achei bibliografia indispensável para os folks que queiram ler e se aprofundar sobre o assunto. posto sobre isso mais para frente!
Enfim, durante esses mêses longe do blog, a saudade daqui batia a cada descoberta interessante. E esse mundo tem muita música para nós descobrirmos, instrumentos étnicos super interessantes e grupos cada vez mais competentes para nosso deleite auditivo!!!
Descritos por eles mesmo como uma banda de musica "neocéltica- pagã-folclórica", esse grupo da Holanda faz música céltica de muita qualidade e a performance no palco é incrível, realmente impressionante. Eles cantam em vários idiomas como o galês, finlandês, latim, alemão e tocam vários instrumentos étnicos, como o bodhrán, a harpa irlandesa, o davul, o dulcimer (calma, também tem piano, violão, bateria, etc..:P).
E todas essa quantidade de nomes e idiomas é o conteúdo de uma banda com um ótimo visual e uma energia mega positiva! =)
Os integrantes atuais:
- Steve "Sic" Evans van der Harten (vocais, flautas, whistle, bouzouki, darbukka, dombek, davul, gaita)
- Jennifer "Jenny" Evans van der Harten (vocais, harpa céltica, Piano, Hurdygurdy*, Bodhrán,Dulcimer) - PhilipSteenbergen (violão acústico, violão em DADGAD)
- Daphyd "Crow" Sens(slideridoo, didgeridoo, gaitas, vocais)
- Rob "Raido" vanBarschot (bateria e percussão)
*HurdyGurdy é um instrumento de cordas medieval. O som é semelhante ao do violino .
